terça-feira, 31 de maio de 2011

Exposição de Fotos - A queda do muro de Berlim

A cidade de Berlim esteve dividida por um muro de betão e arame farpado entre 1961 e 1989. A separação física dos dois lados da cidade marcava as diferenças ideológicas entre dois blocos político-militares que se enfrentavam: o Bloco de Leste, chefiado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e o Bloco  Ocidental, Chefiado pelos Estado Unidos da América. A Alemanha foi o pricipal cenário cenários desse confronto. A divisão do país - patente, de uma forma mais vívida, na divisão da cidade de Berlim, por um muro que atravessava aquela que tinha sido a sua área mais nobre a Alexandreplatz - era um testemunho da divisão política e ideológica da Europa.
A Divisão do território alemão levou à formação de dois países muito diferentes, cada um dos quais com uma mentalidade e crenças próprias acerca da vida familiar, do emprego, da obediência dos cidadãos ao estado, do bem comum, etc. 

Muitos cidadãos da República Democrática Alemã (Alkemanha de Leste), descontentes com o nível de vida, com o condicionamento ideológico e com a falta de liberdade, procuraram evadir-se para a República Federal Alemã. Cavaram túneis, atravessaram o arame farpado... Alguns foram mortos pelos guardas da fronteira.
Em 1989, a Hungria, que pertencia ao Bloco de Leste, facilitou o atravessamento da fronteira com a Austria. Muitos alemães de Leste aperceberam-se da sua oportunidade de se deslocarem para a Hungria e, daí, para o Ocidente. Pouco depois, surgiram manifestações na RDA pedindo uma mudança de regime. Não havendo o apoio da União Soviética ao governo da RDA, este acabou por ceder e por, mais tarde, se juntar à RFA.

A reunificação, iniciada em 1989, tem sido um processo por vezes difícil, porque as mentalidades de Leste e de Oeste colidem, porque os alemães de Leste se sentiam mais protegidos pelo estado do que agora ou porque os ocidentais consideram que a integração dos alemães de Leste na sua sociedade os deixou um pouco menos ricos e mais confusos.

Esta exposição foi instalada numa colaboração entre os professores de Alemão e a Biblioteca: o professor Diogo Oliveira disponibilizou as fotografias; a Professora Irene Inverno interveio na selecção e organização das fotos, sendo da sua autoria o texto de apresentação da exposição.

Deixamos aqui algumas fotos só para vos espicaçar


No lado ocidental, o Muro encontrava-se completamente grafitado. Do lado Leste era impossível chegar ao muro sem se ser interceptado pela polícia ou simplesmente alvejado. Nesta pitura mural, vemos o Sec. Geral da URSS a beijar Hoenecker, o presidente da RDA (República Democrática Alemã). O beijo beijo de cumprimento entre homens é uma tradição de vários povos. Todavia, o artista erotizou este beijo...

Um soldado através do muro: as populações dos dois lados da Alemanha reencontram-se. Foi um momento de grandes esperanças.

Soldados numa estação de combóio: o traço mais marcante da foto é o sorriso dos dois soldados - sobretudo se pensarmos nos militares e polícias sisudos da Alemanha antes da guerra.
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terça-feira, 17 de maio de 2011

Tutoriais: Planificação do trabalho de pesquisa e Recuperação de Informação

Trabalho De Projecto

A. Planificação do trabalho

A planificação é fundamental para realizar um trabalho com qualidade e com o menor esforço possível.

1.º - O que pretendo com o meu trabalho?
Tema Problema/Objectivo Público-alvo Tempo Plano*
*Plano: organização das ideias, sequência da apresentação (Introdução, desenvolvimento, síntese, bibliografia, anexos), divisão de tarefas, calendário

  • Tem em atenção o tipo de trabalho que te foi pedido: um ensaio é um trabalho muito diferente de uma biografia ou de uma síntese… Pede indicações claras ao teu professor e consulta o tutorial dos tipos de trabalhos para não teres dúvidas sobre o que te foi pedido.
  • Define bem o tema do teu trabalho.
  • Formula o problema a que o teu trabalho responderá (uma pergunta). No caso de se tratar de um trabalho grande e complexo, formula sub-problemas. O problema que formulares definirá o objectivo do teu trabalho (a resposta que pretendes obter/apresentar). Um conselho: formula vários problemas e evita optar por aqueles que já toda a gente conhece.
  • Qual é o teu público-alvo? Temos de conhecer as pessoas a quem nos dirigimos para construirmos o discurso que lhes for mais adequado. Por vezes os professores dão indicações específicas, que têm de ser respeitadas.
  • Quanto tempo tens para fazer o trabalho? – Elabora um calendário para realizares o teu trabalho. Estabelece prazos e cumpre-os.


2.ª – O que já sei? O que vou procurar? Onde vou procurar?
Já tens algumas informações sobre o tema/problema do teu trabalho? Se as tens, confirma-as. Começa por verificar as tuas fontes: onde foste buscar essa informação? Ela coincide com aquilo que podes ler em obras de referência?

Quando não conhecemos bem um determinado assunto, não é fácil formular uma pergunta. Por isso, devemos fazer algumas consultas antes de iniciarmos a escrita do trabalho.

Procura a ajuda do professor que pediu o trabalho, de alunos mais avançados, dos professores e funcionários da Biblioteca ou de outros professores.

  1. Começa por procurar informações em obras genéricas: enciclopédias, dicionários temáticos (ex., Dicionário de história de Portugal; Dicionário de filosofia). Estas são obras pelas quais deves navegar, como se estivesses na Internet; por exemplo, se procurarmos a entrada “Máximo” no Dicionário ilustrado de matemática encontraremos outros termos interessantes que merecem uma investigação: “máximo absoluto”, “máximo local”, “função”, “domínio”… Nesta primeira fase da investigação encontrarás as palavras-chave que te ajudarão a continuar o teu trabalho.
  2. Depois de teres as informações gerais, é mais fácil começar a procurar noutras obras. Começa pelas obras de introdução ou iniciação.
  3. Num terceiro momento, passa para as obras especializadas.


3.ª – Organizar as ideias.

Reler apontamentos Agrupar e relacionar ideias
Seleccionar informação Resumir ou sintetizar Sequenciar as partes do trabalho Avaliar: Respondi à pergunta que formulei?

Com algumas leituras feitas e com o tema/problema do trabalho definido pode-se começar a planear a sua estrutura:
  • Revê as notas e o material que consultaste.
  • Agrupa as notas por assuntos.
  • Descarta a informação desnecessária (isto é algo difícil de fazer, sobretudo quando conhecemos mal o tema. Os professores sabem que assim e por aí são capazes de perceber se o aluno sabe muito ou pouco).
  • Elabora um plano do trabalho: quando fores capaz de realizar esta tarefa, a parte mais difícil do trabalho já está feita. No plano deve estar previsto um momento de introdução (em que se apresentam o tema geral do trabalho problema formulado e o método de investigação), a sequência da apresentação de ideias/informações e um momento de síntese ou conclusão. O plano deve ser detalhado.



B. Localizar fontes e informação

É importante saber localizar as fontes de informação mais adequadas ao trabalho que me pediram. Geralmente, as fontes de informação utilizadas são livros ou sites; mas também podem ser pessoas, ou o mundo à nossa volta. Tudo depende do que nos foi pedido e dos objectivos que definimos para o nosso trabalho.
Caso necessites de procurar a informação em livros ou sites, começa por pedir indicações ao teu professor. Podes também pedir informações aos professores e funcionários da Biblioteca.

Deves tomar atenção ao facto de as diferentes fontes não terem todas a mesma qualidade. Umas são mais fiáveis ou actualizadas que outras; umas são mais aprofundadas que outras.

Que fontes consultar primeiro?
Fontes impressas (costumam ser mais fiáveis do que as fontes on-line e têm a informação mais concentrada ou aprofundada)
·        Obras genéricas: enciclopédias, dicionários temáticos,
·        Obras de consulta gerais
·        Obras especializadas
·        Jornais e revistas,

Na Biblioteca, a informação encontra-se organizada em 9 grandes áreas. Cada uma delas começa por um algarismo diferente e está representada por uma cor diferente na etiqueta do livro.

As grandes áreas são as seguintes:
0 – Generalidades e obras de referência (dicionários e enciclopédias); organização do conhecimento; Informática.
1 – Cultura; Filosofia; Psicologia; Ética e bons costumes (amarelo)
2 – Religião e Teologia
3 – Ciências Sociais: Estatística; Demografia; Sociologia; Direito; Administração; Educação; Antropologia; Etnografia.
4 – (Classe vazia)
5 – Ciências naturais e Ciências puras: Ciência em geral; Matemática; Física; Química; Geologia; Paleontologia; Botânica; Fauna.
6 – Ciências aplicadas: Anatomia e Fisiologia; Medicina; Saúde e segurança; Engenharia; Energia; Gestão; Contabilidade; Relações Públicas.
7 – Artes: Arquitectura, Artes plásticas; Artes performativas e espectáculos; etc.
8 – Línguas, Linguística e Literatura
9 – Biografias, Geografia, História, Fundo Local




Fontes on-line/digitais
·        Obras publicadas em suporte físico (ex.: Diciopédia): são obras cuja edição costuma ser cuidada e cujos responsáveis são identificados.
·        Sites de Instituições fidedignas e cujos responsáveis se encontram identificados: Institutos e fundações, serviços do estado, universidades, bibliotecas, bibliotecas digitais, centros de documentação, agências.



Utilizar fontes on-line:
A quantidade de material on-line é assombrosa. Todavia, muito desse material não tem qualidade. É preciso saber escolher as boas fontes.
Geralmente, a pesquisa de material é feita através dos motores de busca (Google, Altavista, SAPO…). A maior parte dos alunos fica-se pelos dois primeiro sites que lhe aparecem na lista e não se dá ao trabalho de verificar a qualidade desses sites. Por outro lado, a pesquisa é feita sem critério, produzindo um excesso de informação inútil.
A resposta ao primeiro problema está em ser-se mais paciente e procurar informação em pelo menos cinco sites. Essa informação deve ser lida e compreendida antes de se saber se deve ser utilizada. Além disso, do material que consta no site consultado, é natural que interesse apenas uma parte. Essa selecção terá de ser feita.
Conselhos:
·        Consulta pelo menos cinco sites.
·        Verifica a fiabilidade dos sites
·        Tira apontamentos.
·        Anota o endereço completo do site e indica-o na bibliografia.
·        Utiliza o teu endereço de e-mail e uma pen drive para guardar os apontamentos.
·        Não te limites a copiar os textos que descobres.

A resposta ao segundo problema (excesso de informação) está em utilizar os conectores booleanos (“   “, +) para procurar a partir de palavras-chave:

Se escrevermos
constituição portugal
obtemos muitos mais resultados que se escrevermos
“constituição da república portuguesa” ou
constituição+portugal
As aspas (“…”) indicam ao motor de busca que pretendemos sites onde ocorra a expressão que escrevemos. O sinal + indica que queremos sites onde ocorram todos os termos que ele relaciona. Assim,
constituição+portugal+1976
é um indicador de pesquisa mais restrito (ou seja, com um filtro mais potente) que a expressão
constituição+portugal


F. Cristina Rodrigues, Mário Ferro, Paulo Sousa